Interior de l'espectacle Té con... de Juliana Notari. Fotografia de
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SOBRE O WORKSHOP
A titereira Juliana Notari propõe um workshop intensivo sobre a criação de bonecos a partir do corpo, conexão visceral e subjetiva com o material escolhido para a composição de textura, drama e gestos.
A escolha dos materiais que compõem a construção do boneco, por Juliana, define o movimento e toda a existência do objeto que será animado. Juliana Notari tem uma forma muito peculiar e pessoal de construir seus bonecos e também de se relacionar com essa arte. O pensamento é uma espiral e dentro de todo o processo de criação muitas vezes passa pelos mesmos pontos, sempre mudando a aparência e a perspectiva.
Todas as etapas do processo são misturadas e separadas continuamente. É a ação incansável de morrer e viver, de observar e sentir o que é a parte e o que é o todo, continuamente. Todos os bonecos de Juliana Notari são feitos de <auto-materias>, ou seja, com elementos que habitam sua vida, sua história, suas raízes, seus olhares e seus amores, etc. Das roupas do passado, da infância, às folhas secas das árvores que o artista encontrou ao longo do caminho, para o seu nomadismo. Fios, fibras, sangue, cadernos do passado, objetos de pessoas queridas ou desconhecidas que chamaram a atenção de Juliana.
Em 2011, durante sua internação em lares de idosos na França para pesquisas sobre a velhice, um de seus pontos de interesse foi a textura da PELE dos idosos. Durante os 6 meses de residência, Juliana observou o processo de oxidação de matéria orgânica como frutas e vegetais em relação aos corpos envelhecidos dos moradores das residências. Desse modo, criou catálogos de couro, com diversos tipos de texturas, fruto de muitos blends e simbiose. Ela os chama de "texturas vivas e visuais".
Desde o início de sua carreira de pesquisador, os OLHOS e o olhar são elementos essenciais e fundamentais para a prática do fantoche e também para o avanço nas experiências neste campo artístico. Qual é o look que define o look? Como olhos feitos de vários materiais se comunicam com os olhos carnais dos seres humanos? Como fazer olhos cinéticos? Qual a influência da escolha dos temas para o olhar atuar na ação dramática? Qual é a tríade entre os olhos do titereiro, os olhos do fantoche e os olhos do observador? Estas são algumas das questões que permeiam a pesquisa empírica e filosófica do olhar do fantoche.
O fantoche tem CORAÇÃO. Na língua Guarani existe a palavra Ñe'ẽ que significa palavra, mas também alma, presença, voz e também voz de pássaros e outros animais. Existe um lugar no corpo, um pouco abaixo do coração, chamado Ñe'ẽ . A partir deste ponto, um fantoche é manipulado. Tem a ver com o eixo do objeto e com a relação dos eixos dos corpos que operam a passagem da vida e da morte, o grande gesto da arte das marionetes. Pensar o coração, o espaço interior, o equilíbrio, a alma ... Presença é a ligação com a cinética, com o motor, a centelha que faz existir e agir uma marionete.
PROCESSO E CRONOGRAMA
Podemos pensar que a oficina se divide em três processos que se misturam, sempre.
Eles são os seguintes:
1. Pesquisa dos assuntos
Nesta fase, todas as pessoas do workshop vão pesquisar materiais orgânicos e sintéticos que fazem parte do dia a dia. Faremos uma pesquisa coletiva, de temas contemporâneos e utilitários, como tecidos e papéis de algodão. Em seguida, Juliana acompanhará os processos de pesquisa pessoal e íntima de cada participante. Com muita experimentação criaremos um grande laboratório de peles e texturas.
2. Construção de ser
A partir da imersão de pesquisa dos materiais e das peles, entraremos na construção da marionete, do ser. Como todo o processo é pessoal e íntimo, a partir da busca pelos sujeitos, o ser também o será. Este boneco vai fazer parte do corpo dos participantes, feito com as vísceras e em conexão extrema e profunda. Juliana acompanhará cada participante em seu processo. Também realizaremos pesquisas coletivas e processos de construção. Não existe uma técnica pré-definida.
3. Movimento e alma
O estudo da gestualidade do novo ser e de suas capacidades e incapacidades cinéticas é a base desta etapa. Cada participante irá organizar um estudo do movimento e criar uma pontuação de ações com a marionete. Faremos um exaustivo trabalho de conexão corpo-objeto, trabalhando a partir da ideia de vida e morte, continuamente.
TEMPO E NECESSIDADES
O TEMPO TOTAL do workshop será de 24 horas.
Será realizado durante 4 dias com dedicação de 6 horas diárias.
DATAS: Sábados e domingos
6, 7, 13 e 14 de novembro de 2021
CRONOGRAMA: 11h00 às 14h00 e 15h30 às 18h30
PÚBLICO: 10 participantes (artistas, educadores ou interessados
na pesquisa cênica e visual)
ESPAÇO: Espai La Bayka
C / Buenos Aires, 19 bajos 2 (Hospitalet de Llobregat)
PREÇOS: 250€ por pessoa (materiais incluídos)
230€ por pessoa - para membros da Unima Catalunya
1 beca para pessoas com poucos recursos
INSCRIÇÕES: lapupilaproduccions@gmail.com I + 34 679 51 62 61
Workshop idealizado e ministrado por Juliana Notari I
20 anos da cia. Marionete Livre
JULIANA NOTARI
Artista, titereira, diretora, pedagoga e performer brasileira. Ela é fascinada pelos olhos e pelas mãos das pessoas. Ela pode observar por dias o caminho que as formigas fazem nas paredes. Há 20 anos se dedica à arte da marionete e suas possibilidades de fusão e construção. Da escolha do tema à composição dos gestos e dos mínimos detalhes, passa por todas as etapas da criação de uma obra. Trabalha pela divulgação do teatro de marionetes contemporâneo e já apresentou seus espetáculos e pedagogias pelo mundo, principalmente no México, Argentina, Colômbia, Bolívia, Letônia, Coréia, Portugal, República Tcheca, Itália, Suíça, França e Espanha, entre outros países.
Em 2021-2022 realiza o projeto “20 anos da Marionete Livre - Comemoração e Manifesto”
A Marionete Livre é um movimento nômade que Juliana Notari defende e divulga nesses 20 anos de trajetória por meio de suas obras de marionetes e de seus processos pedagógicos de troca de conhecimentos e experiências pelo mundo.
Oficina de criação: Pele_Olhos_Coração da Marionetaede Juliana Notari. Fotografia de Laura Corcuera